São Paulo – SP 23/12/2020 – “É preciso cumprir etapas de evolução de governança até que uma empresa atinja o patamar de uma True Corporation”
Geraldo Affonso Ferreira aponta casos que geram dúvidas sobre a governança corporativa nas companhias sem controlador
Segundo estimativas do mercado financeiro, apenas 7% das 360 companhias listadas na Bolsa (B3) poderiam ser classificadas como true corporations – ou empresas sem dono. Este seleto grupo conta com companhias como Gafisa, CVC, Renner, Totvs e BR Malls – e a mais nova integrante é a Vale. De acordo com os princípios de governança corporativa, essas empresas seriam o estado da arte em termos de boas práticas – sem interferências de controladores e com executivos livres para agir pelo bem do negócio. No entanto, para o conselheiro independente Geraldo Affonso Ferreira, o mercado brasileiro ainda não está suficientemente maduro para que muitas empresas atinjam o status de corporations.
Ferreira lembra que o ciclo evolutivo de uma empresa pode ser resumido da seguinte forma: tudo começa com um negócio de capital fechado, que se desenvolve para uma companhia de capital aberto com controle definido, dando lugar a uma empresa de controle difuso e, por fim, no topo desta cadeia, uma sociedade de capital pulverizado, também conhecida como True Corporation.
“Este estágio parece o sonho de consumo dos investidores. Mas empresas assim existem em nosso país? Se existirem, seus resultados são realmente melhores? E, por fim, será que elas estão mesmo com tal grau de evolução">