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sábado, 24 de maio de 2025

A COVID E O MITO.

Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos. (Jeremias: 6:16).

Até o momento em que escrevíamos este artigo, a Covid -19 já tinham mais de 10 milhões de infectados no Brasil, só em São Paulo, o vírus já assinalou mais de 60 mil mortes. Em meio a tudo isso, o Senado redige à PEC que garante a volta do Auxílio Emergencial, o qual; trata de formas paliativas, a fome, a miséria, e tenta ar uma imagem de “amparo” frente ao caos, sentido pela economia, bem como; nos mais diversos setores da sociedade.    Neste cenário, os pastores das Igrejas pressionam, e o governador de São Paulo, num ato populista e politiqueiro, usa a fé, como um objeto político – eleitoral tudo isto, apenas para mencionar em que grau, os interesses de igrejas, pastores e seus lucros, impelem às decisões de um governador alardoado pelos acontecimentos que estão regendo, o Brasil e o mundo.

“Zico tá no Vasco com Pelé”, “Minas importou do Rio, a Maré”, “Beijei o beijoqueiro, na Televisão” “acabou-se à inflação”, “Barato é o amigo da barata”, “Amazônia preza sua mata”.

Talvez, você possa pensar: “esse cara endoidou!” De maneira nenhuma!

Mas, ainda que Zico, nunca jogou no Vasco com Pelé… E muito menos, a Amazônia preze à sua mata, estamos vivendo diante de dois mundos diferentes, dois polos existenciais e dois hemisférios a cortar o mito e a realidade, o real e o ideal, a Covid e o mito.

Temos um país dividido, entre um Presidente que tenta transformar a realidade em mito, e ao mesmo tempo, bem longe de ser uma realidade, seus afetos e pares eleitorais e políticos, o transformaram, a despeito da realidade em um grande mito. É comum, e isto foi visto, nas idas do presidente ao encontro de seus pares políticos, nos finais de tarde, o saudarem na porta do Palácio, e ainda assim; o conclamarem como mito.

Para deixar bem claro, aquilo que estamos dizendo e querendo dizer, de acordo com a Filosofia, mito “São narrativas utilizadas pelos povos Gregos Antigos, com o objetivo de explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza”, porém; mito nem sempre é utilizado em seu sentido original, ele também, poderá ser usado; se referindo às crenças comuns, destituídas de fundamentos, objetivo e científico.

É neste sentido, o olhar de nosso escrito. Só para fins de exemplificação, o tema: A Violência contra A Mulher é assunto de debates e discussões, porém; ao falar sobre este assunto, Marilena Chauí; tratando da violência de gênero, dentro de uma premissa histórica e no contexto do Patriarcalismo e manifestação sócia Histórica, salienta o sentido do mito, no sentido de desmistificar e esconder a realidade do sofrimento e preconceitos vividos pelas mulheres, anos a fio, como parte da cultura e desenvolvimento histórico brasileiro, em especial, no Brasil colônia, ando pelo Brasil Imperial, até que cheguemos aos dias de hoje. No que se refere, à Covid-19, mitologizaram-na, principalmente, tratando-a, como uma simples gripezinha, por meio da qual, abalaram-se, todas às estruturas do mundo contemporâneo, e certamente, deixará marcas profundas por longo período futurista. Neste caso, o “mito” Jair Messias Bolsonaro, mitologizou o mito da Covid. Igualmente, que vem da esfera Psicológica, mais especificamente da Psicanálise Freudiana, que poderá nos ajudar a compreender, a postura mítica e perceptiva da realidade, vivenciada por Bolsonaro e seus pares, eleitorais; está no Mecanismo de Defesa, isto é; o Negativismo manifesto na tentativa de não aceitar uma possível “culpabilidade” neste processo pandêmico, em especial, no que se referem às falas de Bolsonaro, tipo:” E daí” o que tenho eu a ver com isto? “ Vacina obrigatória, só aqui no cachorro Faísca”, “Sou o Messias, mas não faço milagre”, estas expressões, nada mais é, do que uma maneira de negação de uma realidade intrínseca e interiorizada. Na negação manifesta na visão psicanalítica, a negação é uma maneira de se autodefender, e o ser humano, os animais, quando atacados e pressionados, negam a realidade, como uma maneira de se defender.

Lembre-se! O mito em aspectos mais amplos, “Ele, o mito poderá ser usado, se referindo às crenças comuns destituídas de fundamento, objetivo e científico. Quem mais fez da Cloroquina um mito, como o Presidente Jair Messias Bolsonaro? Quem mais fez da Vacina Chinesa um mito, como o nosso Presidente? E, quem mais tenta ar uma realidade inexistente, como Bolsonaro e seus ministros? A despeito disto, é preciso lembrar, que o mito da Covid-19, promoveu à queda de dois ministros da saúde, quebrou a economia, sacrificou milhões de vidas, e Levou à óbito, milhares delas.

Se Roberto Avallone estivesse vivo, diante disso tudo, certamente; ele diria: “Meu Deus!”.

A realidade não mitificada nos remete à verdade personificada, isto é; “Olhai pelas veredas antigas, e perguntai: quais os caminhos direito, uma vez conhecido este caminho, andem por ele”.

Zico nunca jogou com Pelé, Minas nunca importou do Rio a Maré, assim; Bolsonaro jamais reconhecerá à legitimidade da Ciência, como também, nunca abrirá mão de suas “míticas” concepções. [i] Enquanto disserem: “Não andaremos” permaneceremos, sem rumo!

Por: Claudinei Telles dos Santos.


[i] Esse trecho é parte da música: “Pega na Mentira” de Erasmo/ Roberto Carlos.

Claudinei Telles
Telles
O autor é mestrando em Educação. Filósofo, Teólogo, Pedagogo, licenciado em Letras, Historiador. Neuropsicopedagogo, Orientador Educacional, Psicopedagogo, Especialista em Ciência da Religião, Especialista em Teologia Bíblica. Atuou como Teólogo (Igreja Batista), além de Professor de Teologia. Também, é autor do Livro: "As Quatro Estações e a Vida Cristã (períodos Ciclicos) Entre eu e Deus. Editora: Autografia, Rio de Janeiro, 2024.

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