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sexta-feira, 23 de maio de 2025

O “Descobrimento” Do Sambaqui E O Legado De Dom Helvécio

Ah, Dom Helvécio, o ilustre arcebispo de Mariana, um verdadeiro bem-feitor da caridade e educação! Nascido em 1876 em Anchieta, ele generosamente doou terrenos em 1932, para que as irmãs Carmelitas construíssem a Escola Maria Mattos, 1938-1940, com sua ajuda, esse templo do saber que um dia fazia qualquer adolescente sonhar com aulas de gramática! Hoje encontra-se em ruínas. E não bastasse isso, ainda construiu o Hotel da Cidade de Anchieta. Ele realmente amava sua cidade, tanto que moldou seu legado em tijolos e compaixão!

Em 1938, Dom Helvécio decidiu elevar ainda mais seu status de benfeitor ao convidar Álvaro Conde para retratar a cidade. Ávido por criar uma galeria de cartões-postais, Conde ou algumas semanas em 1939 deixando sua marca nas caieiras primitivas do Porto do Mandoca. Ah, a arte! O que seria de nós sem essas obras eternas que contêm mais história do que um livro de história?

Mas, avançando para os dias de hoje, o que temos? O Porto do Mandoca, que um dia foi um cartão-postal, agora se tornou sinônimo de descaso e poluição. Aquele local que produzia cal a partir de conchas, usado em construções coloniais, agora é o lar do “Acho que nem vi!”, uma nova campanha de marketing do governo municipal. Não fomos nós que dissemos, mas os jornais sérios e imparciais (é claro!) que têm tanto amor pela verdade que ficam absolutamente paralisados diante da realidade!

E o sambaqui? Ah, sim! Este acúmulo de sedimentos conchíferos, ferramentas e restos mortais dos povos sambaquis de 3 mil anos, que foi “descoberto” em 2023! Em toda a sua glória, foi encontrado por ninguém menos que a Associação Comunitária do Bairro Benevente (ACBB), que, sem um pingo de apoio do poder público, decidiu que a história é importante! Afinal, quem precisa de fiscalização do governo, quando temos cidadãos valentes dispostos a desenterrar a história?

E enquanto isso, temos os sítios Rio Una I e II, tombados em 2010, que foram destruídos sob os olhos complacentes de pessoas próximas ao governo municipal, que claramente receberão a Medalha de Ouro em Cuidado Patrimonial. É grave, muito grave, e aqueles que afirmam sair para aprender fora, de repente ficam ocupados demais para se lembrar do artigo 31 da Constituição Federal, que menciona a fiscalização externa. Aposto que a leitura da lei deve ter ficado debaixo de um maço de papéis!

Estamos na hora de convocar uma I do Patrimônio Histórico, Ambiental e Cultural, porque, convenhamos, as contas chegam, mas as ações… bem, essas parecem estar de férias em uma praia paradisíaca! A verdade é que enquanto Dom Helvécio deve estar se revirando no seu descanso eterno, nós aqui continuamos a “redescobrir” o que já deveria ser um patrimônio bem cuidado.

Portanto, sigamos celebrando o legado de Dom Helvécio e sua extraordinária contribuição, enquanto esperamos ansiosamente que alguém, em algum lugar, decida colocar as mãos na massa e, quem sabe, transformar essas “férias” em algo produtivo! Afinal, a história não pode esperar… ou pode?

Autor:

João Simas

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