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domingo, 1 de junho de 2025

Brasil tem quase 500 mil afastamentos por ansiedade em 2024 e saúde mental entra na agenda obrigatória das empresas


Alta histórica em afastamentos por transtornos mentais no trabalho leva governo a exigir novas medidas de prevenção nas empresas a partir de 28 de maio. Especialista alerta: “Ambiente corporativo precisa ser emocionalmente seguro.”

O Brasil registrou, em 2024, um marco preocupante no campo da saúde do trabalhador: quase 500 mil profissionais foram afastados de suas atividades por transtornos mentais, como ansiedade e depressão. Os dados, divulgados pelo Ministério da Previdência Social, apontam para a maior alta de afastamentos por esse motivo na última década, evidenciando uma epidemia silenciosa que atinge os ambientes corporativos de forma crescente e devastadora.

Em resposta à escalada dos casos, o governo federal determinou que, a partir do próximo dia 28 de maio, a saúde mental dos trabalhadores será tratada com o mesmo grau de importância que os demais riscos ocupacionais. As empresas terão de adotar medidas efetivas para prevenir o adoecimento psíquico de seus colaboradores, ando a incorporar diretrizes como o respeito ao direito à desconexão – prática que limita o contato profissional fora do expediente, garantindo períodos reais de descanso e recuperação emocional.

Apesar de as sanções e multas por descumprimento só entrarem em vigor a partir de 2026, a expectativa é de que as organizações comecem, desde já, a reestruturar sua cultura interna. O foco, segundo especialistas, deve estar em construir ambientes de trabalho mais saudáveis, produtivos e, sobretudo, humanos.

Para o psiquiatra Dr. Gustavo Carvalho, a mudança representa um avanço fundamental. ‘As empresas não podem mais ignorar o impacto que o ambiente corporativo exerce sobre o bem-estar psicológico de seus funcionários. O burnout, que leva a sintomas ansiosos e depressivos, não é sinal de fraqueza.”

Gustavo Carvalho também destaca que o apoio institucional deve ir além de campanhas pontuais ou ações paliativas. “A saúde mental precisa ser integrada à estratégia de gestão de pessoas. Isso significa oferecer e contínuo, acolhimento psicológico, treinamentos de liderança empática e, principalmente, garantir que os colaboradores se sintam emocionalmente seguros para exercer suas funções”, reforça o psiquiatra.

A nova regulamentação insere o Brasil em uma tendência mundial que compreende a saúde mental como eixo central da sustentabilidade corporativa. Países como França, Espanha e Canadá já contam com legislações semelhantes, que obrigam empresas a cuidar da integridade psicológica de seus quadros funcionais.

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Brasil tem quase 500 mil afastamentos por ansiedade em 2024 e saúde mental entra na agenda obrigatória das empresas

Instagram: @drgustavocarvalhoaraujo

Autor:

Mateus Moreira

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