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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Documentário será lançado mostrando a expedição realizada nos Caminhos de Peabiru

Premiére do evento trouxe uma série de quatro capítulos e muitas novidades para a comunidade arqueológica

Nesta quarta-feira, (21) uma produção de Dakila foi lançada em parceria com o Brasil Primitivo. O projeto irrompe as barreiras da pesquisa, com a realização de um documentário completo e aprofundado da expedição realizada nos Caminhos de Peabiru. A premiére do evento ocorreu no Buffet Ondara Master em Campo Grande, comportando um público de 1.370 pessoas com direito a um coquetel do 067 Vinhos, também pertencente ao ecossistema, gerenciado por Alan Oliveira, filho de Urandir Fernandes, presidente de Dakila.

A primeira temporada dessa série começou por Santa Catarina e apresentou diversos pormenores de um caminho extenso, já que Peabiru denomina um território de cerca de 3.000 km indo até Bolívia e Peru e no Brasil, eia por São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Amazonas e uma grande parte do território paranaense. Durante a expedição diversos artefatos de alto valor histórico e que expressam a presença de antigas civilizações foram encontrados, como geoglifos e estruturas de pedra, que determinaram a investigação e o remapeamento do local.

Dakila desenvolve esse estudo há cerca de três décadas, o que denomina conteúdo suficiente para que eles planejem outras temporadas, cada uma inspirada em diferentes regiões do Peabiru no Brasil. A equipe planeja seguir com a próxima gravação no Mato Grosso do Sul que coincide com a sede do ecossistema e quando perguntado sobre os desafios enfrentados durante o processo, Urandir destacou a falta de apoio institucional para reconhecimento da causa entre as pessoas. “ Tirando os perrengues e as dificuldades da mata, o maior desafio foi na realidade a sociedade reconhecer e nos dar um apoio institucional, porque são assuntos que não ficam tão claros para a população. É uma descoberta milenar e isso gera um choque, gera uma dúvida”.

Ele e o resto do time envolvidos na expedição, seguiam sua expansão de maneira independente e com recursos próprios e em busca de uma divulgação ampliada em Junho de 2024, o ecossistema e o governo do Estado de São Paulo, por intermédio da secretaria de turismo e viagens, selaram uma parceria para a revitalização dos caminhos de Peabiru.

Em julho de 2022, o encontro milenar se tornou oficial com o auxílio de drones, no qual as equipes conseguiram sobrevoar a região para que tivessem uma visão da quilometragem que apresentava trilhas desafiadoras e de difícil o. Para identificar os vestígios arqueológicos faziam o uso da tecnologia LiDAR escaneando os entornos sem a necessidade de escavações ou desmatamento e do GPR ou “Radar de Penetração no Solo”, também conhecido como georadar, uma técnica geofísica que utiliza ondas de rádio para mapear estruturas e objetos enterrados. Além disso, a revalorização de Peabiru atrai e impulsiona ainda o desenvolvimento sustentável, pesquisas, visitantes, investimentos e o concebimento de novos empregos.

Urandir se mostra entusiasmado com os resultados e afirma que as descobertas de um país que foi moldado a cerca de uma visão eurocêntrica e está em processo de mudança de um legado, impactará furtivamente na Educação. “ Influenciará a cultura, a educação, o turismo, em toda essa questão econômica, mas principalmente na história, porque é um complemento de uma parte da história do Brasil que não estava bem clara.”

Peabiru significa Terra amassada na língua tupi-guarani, determinando o caminho feito pelos povos que moldaram a trilha e a paisagem e que em um Brasil antes do Brasil que conhecemos, refere-se à mais antiga rota bioceânica do mundo, com milhares de anos de construção que, recentemente descobertas, permanecem quase intactas. É uma trilha que conecta não só o Brasil como do Oceano Atlântico ao Pacífico, e seu trajeto era feito por povos originários crendo que chegariam à jornada dos deuses conhecida como ” Caminho pela Terra sem mal”. Era usada para expansão de território, troca de mercadorias e para rituais religiosos. Por determinar uma grande área do território paranaense, há uma lei que protege Peabiru, declarado como Patrimônio de Natureza Cultural Imaterial, promovendo valorização turística, social e econômica para o Estado.

Para além do tempo de gravação, as equipes demoraram em torno de um ano e meio para que tudo ficasse pronto para a primeira temporada e por isso, todo tipo de avaliação pôde ser feito e registrado com precisão e cuidado. Os estudos laboratoriais foram fundamentais para esse o dado, já que puderem ter conhecimento de novas contribuições da natureza, como é o caso da argila biodegradável, oriunda de sedimentos de solos basálticos. “Agora com o documentário as pessoas vão descobrir que há muito mais e que tem muitas coisas que eles precisam saber para realmente compreender esse chamado de descobrimento do Brasil”, acrescentou Jaylin Wan, convidada do evento.

Os próximos os dessa saga, são firmes e mostrarão coisas que jamais vimos para desafiar o senso comum, vivo no imaginário brasileiro e além de ser reproduzido na TV ganhará outros espaços. “A gente quer realmente popularizar ao máximo, para conquistar o máximo de pessoas, como a gente já divulga muito nas mídias pensamos primeiro no formato da televisão e após uma lacuna de tempo, colocaremos em streaming para outros os”, destacou Fernanda Lima, diretora de pesquisas e logística de Dakila.

Henrique Souza
Henrique Souza
Jornalista/ Estudante de Economia /@hicksouza / Mail to: [email protected]

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