A decisão do ex-presidente Donald Trump de aprovar a taxação de filmes americanos em determinados mercados internacionais, sob o pretexto de proteger a indústria cultural local, gerou grande repercussão. A medida, considerada protecionista por especialistas, tem sido criticada por estudiosos da economia criativa, produtores culturais e consumidores. Na minha opinião, essa política é equivocada, pois cria barreiras para o livre o à cultura, ignora os verdadeiros desafios da indústria audiovisual nacional e ainda pode gerar prejuízos econômicos significativos.
De acordo com dados da Motion Picture Association (MPA), os Estados Unidos são os maiores exportadores de conteúdo audiovisual do mundo, movimentando mais de $17 bilhões de dólares por ano com a venda internacional de filmes e séries. Isso mostra a força do cinema americano como um produto cultural e econômico, amplamente consumido e valorizado. Ao taxar esse conteúdo em mercados estratégicos, a medida pode gerar uma queda na circulação dessas obras, diminuindo receitas e criando tensões comerciais com outros países.
Além disso, a taxação pode afetar negativamente os próprios consumidores. Um estudo da Harvard Business Review mostrou que 78% dos jovens entre 16 e 30 anos consomem filmes internacionais por meio de plataformas de streaming como Netflix, Amazon Prime e Disney+. Ao encarecer ou limitar o o a essas produções, corre-se o risco de aumentar a pirataria e reduzir a diversidade de conteúdos disponíveis. O público perde, e a indústria como um todo também.
É importante destacar que a solução para fortalecer o cinema local não está em punir o que vem de fora, mas sim em investir no que é feito dentro do país. Países como a Coreia do Sul e a França são exemplos de como políticas públicas de incentivo à produção cultural, aliadas à liberdade de mercado, podem gerar uma indústria forte, exportadora e competitiva, sem a necessidade de bloquear o o a obras estrangeiras. A Coreia, por exemplo, teve um crescimento de mais de 200% na exportação de produtos audiovisuais entre 2010 e 2020, graças a programas de fomento, capacitação técnica e apoio governamental.
Outro ponto crítico é que o protecionismo cultural, embora pareça positivo à primeira vista, pode isolar criadores e profissionais do mercado global. O cinema é uma linguagem universal, e sua força está na troca de ideias, estilos e narrativas. Taxar e limitar o o a grandes produções internacionais pode restringir esse fluxo e dificultar a formação de novos talentos.
Por fim, é preciso considerar o momento em que vivemos: um mundo cada vez mais conectado, onde a cultura se move em rede, ultraando fronteiras físicas. Apostar em medidas isolacionistas é remar contra a maré. Em vez de proteger a indústria audiovisual nacional, a taxação de filmes americanos pode atrasá-la, empobrecê-la e afastá-la do seu verdadeiro potencial: ser parte ativa e valorizada de um mercado cultural global. Portanto, sou contra essa medida. A cultura não deve ser taxada, deve ser incentivada, compartilhada e ível a todos.