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domingo, 25 de maio de 2025

Traço 8 estreia na CASACOR com banheiro que une funcionalidade, experiência sensorial e arte 

Obras de Dominique Jardy e Rapha Preto, levam arte para o banheiro de 25 criado pelas arquitetas Letícia Figueiredo e Priscila Sunao, conectando os visitantes às sutilezas do cotidiano

Guiadas pelo tema da mostra “Semear Sonhos”, as arquitetas criaram o “Trilha Onírica”,
um ambiente que revela sua proposta no nome: uma travessia sensível entre o real e os sonhos. Além do tema, a experiência pessoal das profissionais, que fazem trilha como parte do seu processo de higiene mental e reconexão, traçaram o caminho para a concepção do projeto. Tudo começa em um corredor estreito e acolhedor, onde as paredes ganham vida com a obra Itinerário Botânico, pintada à mão sobre papel, pela artista plástica e muralista, Dominique Jardy. As pinceladas da artista sa, radicada no Rio de Janeiro, e reconhecida por transformar espaços em experiências sensoriais, evocam o som do balanço do vento nas folhas, a luz filtrada por elas e os mistérios de uma floresta.

O paisagismo composto por Lírio-do-amazonas (Eucharis grandiflora), Ciclanto (Cyclanthus bipartitus), Antúrio plowmanii (Anthurium plowmanii), Orelha-de-elefante (Alocasia macrorrhizos), Palmeira licuala (Licuala grandis), Papagaio (Heliconia rostrata) e Palmeira pinanga (Pinanga coronata) cria uma paisagem viva e tridimensional, como se as folhas pintadas por Jardy se tornassem reais pelas mãos da paisagista Kelly Hornos, do Casa K Paisagismo. 

O propósito de cada material escolhido para a Trilha Onírica é estimular os sentidos do visitante e ajudá-lo a se transportar para um ambiente de conexão com a natureza. Estes sentidos são aguçados logo nos primeiros os, pela textura e o visual de terra úmida granulada do revestimento cerâmico irregular Invecchiatto Olaria Concrete (7×7), da Lepri. Produzido com argila especial, que acalma os sentidos, o material vem de encontro à proposta de relaxamento do ambiente. Ao final do corredor, o visitante se depara com a histórica janela arqueada que emoldura o verde do parque como uma pintura viva e traz um respiro ao ambiente. É através dela que as barreiras entre o banheiro e o mundo se dissolvem, conectando o interior e o exterior, o sonho e a realidade. 

Neste ponto, a bancada feita em quartzito Avocatus escovado, executada pela Marmolux, traz à memória as formações rochosas da bacia amazônica, que abrigam espécies de plantas, aqui representadas pela Palmeira petrópolis (Lytocaryum weddelianum), Lirio-do-amazonas (Eucharis grandiflora) e Filodendro ondulado (Philodendro undulatum)


Além do paisagismo, o volume da bancada é preenchido pelos vasos da coleção Jardim de Corais, criados com exclusividade para o ambiente da CASACOR pelo designer e ceramista Alisson Silva.  Feitas com argila branca, as peças carregam ancestralidade nas técnicas de torno, acordelado e monoqueima — processo que consome menos energia e polui menos. A inspiração veio da urgência em preservar a natureza, escancarada pela morte dos corais, e da necessidade de semear o futuro. “Usei um calcário de coral verdadeiro para trazer textura às peças e apliquei óxido de cromo, ferro e cobre no barro ainda úmido, criando uma pintura semelhante ao lodo que afeta o crescimento dos corais”, explica o artista. O toque de tecnologia e funcionalidade vem das cubas de apoio em inox Corten fosco, da Deca, com tecnologia hidrofóbica que repele a água e mantém as superfícies secas e livres de manchas. A composição se completa com metais de bica alta, da linha You, também da Deca, em acabamento brown matte, que reforça a paleta terrosa do ambiente.
Com tantas histórias e detalhes para se observar, as arquitetas incluíram a poltrona Terra de Pedro Luna, como um convite à pausa e reflexão. “Ela expressa o encontro entre opostos: estrutura metálica de um lado, tricô artesanal do outro”, diz Letícia Figueiredo. “É uma metáfora do futuro sensível e equilibrado que desejamos”, completa Priscila Sunao.
Como um banheiro funcional, o ambiente conta com três cabines privativas, incluindo uma PNE com fraldário, com paredes cobertas pelos mesmos desenhos do corredor, para que a conexão com a natureza não se quebre. O espaço é ado pela porta arqueada, quase lúdica, que parece nos levar ao interior de uma árvore. Essa sensação é reforçada pelo teto curvo do hall de o às cabines, revestido com MDF Nogueira Bourbon, da Duratex, e realçado por uma iluminação suave em LED, que valoriza os veios da madeira e cria uma experiência imersiva.

Essa atmosfera sensorial do ambiente é intensificada pelos pendentes Palmeira, de Amanda Favoreto, produzidos com palha de buriti. Suas tramas filtram a luz como o sol entre os galhos e projetam sombras etéreas na parede verde Artesão, da Coral, remetendo a sensação de caminhar sob a copa das árvores. Com notas verdes e de flores, o spray de ambiente Divinus Plantae, da Natura Bothânica, conecta o olfato à lembrança da chuva em contato com as plantas e a terra úmida, tornando a experiência pela Trilha Onírica ainda mais completa.

O projeto de iluminação, elaborado pela Natilux, valoriza as texturas e cria ritmo visual.
No corredor, o visitante é conduzido por um perfil de LED, no piso, e também pelos espetos de luz espalhados pelas floreiras. A luz quente realça a rusticidade do revestimento e adiciona um toque dourado às superfícies, pelo reflexo da luz no paisagismo, no teto e nas paredes verdes. A ilusão de óptica segue adicionando detalhes ao ambiente e transforma a experiência espacial em algo além do físico. A parede de espelhos traz profundidade e amplia visualmente o ambiente, duplicando a trilha e a clareira proposta pela janela. O elemento se transforma, assim, em um portal simbólico para o futuro, oferecendo a escolha de um novo caminho que precisa ser semeado no presente.
A força do coletivo se materializa em “Trilha Onírica”, onde cada artista imprime sua linguagem na narrativa sensível do ambiente. Esse espírito colaborativo ganha forma na escultura Favo em grande escala, assinada por Rapha Preto. Mais do que símbolo da polinização e do equilíbrio do ecossistema, a abelha representa a troca, o fazer conjunto e a semeadura dos sonhos que inspira todo o projeto.

Para as arquitetas, semear sonhos é permitir que a natureza penetre os espaços da casa e da vida.  A “Trilha Onírica” é um convite para transformar o ato cotidiano em um ritual e um gesto de reconexão com o essencial, com o tempo das coisas feitas à mão, com intenção, afeto e propósito. O design biofílico como pilar conceitual do projeto mostra que um banheiro também pode ter arte e ser um lugar de introspecção, pausa e de semear sonhos. Um território onde o concreto abriga o verde e a função se curva à poesia.


Conheça o Traço 8 Arquitetura
Letícia Figueiredo é formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2013) e complementou sua formação com um curso de Design de Interiores em Brisbane, na Austrália.
Priscila Sunao tem formação em Arquitetura e Urbanismo pela UNESP Bauru (2016), com intercâmbio na HEI – Hautes Études d’Ingénieur, na França.
Juntas, as arquitetas conduzem o escritório Traço 8 Arquitetura, desde 2021, onde unem suas experiências e se dedicam à criação de espaços atemporais, personalizados, precisos e afetivos, que traduzem a identidade de cada projeto com sofisticação e propósito.

Serviço:
Parque da Água Branca – R: Dona Ana Pimentel, 37- Água Branca – São Paulo
Ingressos:
https://appcasacor.com.br/events/sao-paulo-2025/tickets

Informações à imprensa
Crédito das fotos: Israel Gollino
Crédito de texto: Monelli Oliveira
Assessoria de imprensa: Paris Comunicação – @paris_comunicacao
Andrezza Ribeiro (11) 99589-5132
Monelli Oliveira (11) 94950-6797

Traço 8 Arquitetura
Arquitetas:
Letícia Figueiredo e Priscila Sunao
Instagram: @traco8_arq

Autora:

Andrezza

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