Por Dr. Luiz Teixeira da Silva Junior
Algumas experiências na vida marcam a gente de forma tão profunda que parecem ter acontecido ontem — mesmo que os anos tenham ado. Uma dessas memórias, que carrego com orgulho e emoção, é do mutirão de prevenção ao câncer do colo do útero que realizamos no Hospital Municipal de Cajamar há alguns anos.
Naquela época, eu atuava como presidente da FENAESC, entidade responsável pela istração do hospital. E posso afirmar com o coração tranquilo: aquele mutirão não foi apenas uma ação de saúde — foi um gesto de amor pela cidade e, principalmente, pelas mulheres cajamarenses.
Mais do Que Exames, Oferecemos Dignidade
Nosso objetivo era claro: zerar a fila de espera para o exame de Papanicolau, essencial para detectar precocemente o câncer do colo uterino. Mas eu sabia que era muito mais do que isso. Era sobre dar voz e atenção a centenas de mulheres que, por medo, falta de o ou desinformação, muitas vezes adiavam esse cuidado tão importante.
Ver aquelas mulheres chegando, sendo acolhidas com carinho pela equipe, ouvindo orientações, muitas delas fazendo o exame pela primeira vez — isso não tem preço. Foram dias intensos, cansativos, mas repletos de significado. Atendemos mais de 500 mulheres, e muitas tiveram a chance de descobrir alterações precoces, que poderiam evoluir para um câncer se não fossem tratadas a tempo.
Transformações Que Foram Muito Além de Um Evento
Lembro-me que, naquele período, o hospital estava ando por profundas mudanças. Não apenas estruturais, mas de mentalidade. Substituímos o antigo raio-X analógico por um sistema digital, implantamos o prontuário eletrônico e modernizamos o laboratório, trazendo mais agilidade e precisão para os diagnósticos.
Nosso volume de atendimentos saltou de 4.800 para 20.000 por mês. Isso não aconteceu por acaso. A população começou a confiar, a acreditar no nosso trabalho, a procurar o hospital porque sabia que ali seria bem atendida. E isso me emociona até hoje.
A Saúde Como Missão e Herança
O mutirão de Papanicolau foi o primeiro de uma série. Depois vieram os mutirões de oftalmologia, cardiologia… sempre com o mesmo espírito: antecipar os problemas, cuidar antes que a dor apareça. Ver a saúde sendo feita com planejamento, respeito e humanidade foi, para mim, a confirmação de que estávamos no caminho certo.
Tudo isso só foi possível porque houve parceria, confiança e uma gestão comprometida com o que realmente importa: as pessoas.
Um Agradecimento que Levo Comigo
Hoje, quando ando por Cajamar e encontro alguma mulher que me diz: “Doutor, fiz o exame naquela campanha que o senhor organizou e descobri um problema a tempo” — meu coração se enche de gratidão.
Essa é, sem dúvida, uma das maiores heranças do meu trabalho. A certeza de que pude contribuir, com minha equipe e com o apoio do município, para mudar vidas. E, no fundo, é isso que sempre me moveu na medicina: fazer a diferença de verdade.
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