22.3 C
São Paulo
quarta-feira, 4 de junho de 2025

Ex-sócios da XP lançam venture builder e investem mais de R$ 10 milhões para dar vida a startups com foco em M&A

A Zavii já lançou fintech e healthtech e se prepara para apresentar um novo negócio no setor de consumo.

Criar startups do zero, com operação estruturada e estratégia de saída clara: essa é a proposta da Zavii Venture Builder, empresa que está movimentando o ecossistema de inovação brasileiro ao unir capital, know-how operacional e tecnologia desde o nascimento dos negócios. Fundada há um ano e meio por três nomes com agem pela XP Inc., a Zavii já levantou mais de R$ 10 milhões e lançou startups como a fintech Judbank e a healthtech Savia.

Com um modelo diferente de fundos de venture capital e aceleradoras, a empresa atua como co-fundadora dos negócios que desenvolve, participando da concepção, financiamento, estruturação e operação. O objetivo é formar empresas mais robustas, com visão de longo prazo e foco em fusões e aquisições (M&A) – uma alternativa cada vez mais relevante diante da estagnação de IPOs no país.

“Somos empreendedores antes de sermos investidores. Não estamos apenas alocando capital, estamos construindo negócios desde a base, com visão estratégica, operação estruturada e crescimento sustentável. Acreditamos que o verdadeiro valor de uma startup não está em rodadas de investimento bilionárias, mas na solidez do negócio, na capacidade de gerar resultados reais e no impacto que causa no mercado. Nosso modelo nos permite atuar diretamente na operação, reduzindo riscos e aumentando a previsibilidade do crescimento, sempre com uma abordagem pragmática e orientada à execução. O objetivo não é apenas acelerar empresas, e sim criar negócios viáveis, eficientes e com estratégia clara de saída”, ressalta Renan Georges, Fundador e CEO da Zavii.

Quem está por trás da Zavii

Renan é um empreendedor em série que vendeu sua startup, a Fliper, para a XP em 2020. Foi nesse contexto que conheceu os outros dois sócios: Victor Ramos, especialista em tecnologia, e Sérgio Gwercman, ex-CEO do InfoMoney e ex-sócio da XP. A conexão entre os três veio da integração da Fliper com o InfoMoney, onde atuaram juntos e vislumbraram a possibilidade de continuar empreendendo em sociedade.

A jornada conjunta resultou na criação da Zavii, que aposta em investimentos iniciais entre R$ 150 mil e R$ 500 mil em cada novo negócio, seguidos por rodadas específicas conforme a maturação das startups. A fintech Judbank mira soluções para o setor jurídico; já a Savia desenvolve soluções para a originação e retenção de clientes para farmácias. Um terceiro negócio, que já foi lançado, será divulgado nos próximos meses. Até o fim do ano, a empresa pretende lançar mais 1 startup e tem buscado oportunidades nos setores agrotech e legaltech.

Além da frente de venture building, a empresa também opera a Zavii 360, um braço de consultoria para PMEs que desejam aplicar métodos ágeis e lógica de startups na sua gestão.

Foco em M&A como estratégia de saída

O posicionamento da Zavii responde diretamente ao cenário macroeconômico do Brasil. Com juros altos e a janela de IPOs praticamente fechada, o M&A vem se consolidando como a principal via de monetização para investidores. Só no segundo semestre de 2024, segundo a KPMG, houve aumento de 17% no volume de fusões e aquisições no país.

“Nós enxergamos uma oportunidade de atuar no mercado usando uma fórmula própria. Assumir o M&A como parte relevante da estratégia impacta a escolha dos mercados onde queremos atuar, o tipo de solução que construímos e também a calibragem do retorno esperado”, afirma Sérgio Gwercman, sócio da Zavii.

A  tese da empresa parte da adaptação do modelo tradicional de venture capital à realidade brasileira, onde há poucos IPOs e 98% dos M&As giram abaixo de R$200 milhões. Para capturar valor nesse cenário, os fundadores cofundam startups com especialistas no nicho de atuação — o que aumenta as chances de product-market fit —, entram com participação relevante (~40%, vs ~20% de um VC tradicional) e aplicam a metodologia de gestão para reduzir riscos e acelerar a escala. Com essa abordagem, buscam saídas em prazos mais curtos (~5 anos), explorando o conceito de early exit, o que permite atingir uma TIR atrativa sem depender de unicórnios. Em tech, por exemplo, um exit de R$200 milhões pode ser alcançado com um faturamento de R$40 milhões/ano.

Arquitetura digital desde o dia 1

Por trás da estratégia de negócios está a arquitetura tecnológica que sustenta os produtos desde o início. “A tecnologia não é apenas um meio, é a espinha dorsal de negócios escaláveis e sustentáveis. Construímos startups com uma arquitetura digital pensada desde o primeiro dia para ar crescimento acelerado, eficiência operacional e inovação contínua. Nosso papel vai além de desenvolver produtos – criamos ecossistemas tecnológicos que destravam valor e transformam empresas em players de alta performance. A nossa abordagem une visão estratégica e execução impecável para garantir que cada startup nasça pronta para escalar e liderar.” – finaliza Victor Ramos, TO da Zavii.

Com essa abordagem, a Zavii quer se posicionar como uma das principais venture builders do país, oferecendo uma alternativa mais prática e orientada à execução tanto para empreendedores quanto para investidores.

Autor:

Daniel Ferreira

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio