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quarta-feira, 4 de junho de 2025

O papel dos fundos de capital de risco na expansão de startups tecnológicas

*Por Amure Pinho 

O venture capital tem sido um dos motores mais importantes para a inovação e a transformação digital, impulsionando startups tecnológicas, permitindo que negócios promissores escalem rapidamente. Além de fornecer capital, os fundos de investimento desempenham um papel estratégico, conectando empreendedores a redes de contatos, conhecimento e e operacional essencial para seu crescimento.

Nos últimos anos, temos visto um amadurecimento expressivo no ecossistema de investimento em startups tanto globalmente, quanto no Brasil. A proliferação de fundos e gestoras voltadas para o setor evidencia o crescente interesse dos investidores por inovação. Um reflexo disso é o aumento na criação de veículos de investimento focados no early stage, como o terceiro fundo da 4Founders Capital, que captou €44 milhões em um primeiro fechamento, com a meta de alcançar €65 milhões para investir em startups tecnológicas em fase inicial.

No cenário nacional, iniciativas como o Fundo Criatec demonstram o impacto direto do venture capital na inovação. Estudos indicam que startups investidas pelo Criatec registraram um aumento de 61% no número de empregos, 275% na massa salarial e 21% no time dedicado à pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de um crescimento significativo na solicitação de patentes. Esse impacto é ainda mais perceptível em empresas jovens e em setores estratégicos, reforçando o papel dos investimentos como catalisadores da inovação. 

Seguindo essa tendência de descentralização do investimento em startups, empresas como a Nexmuv Ventures, por exemplo, lançou um fundo de R$10 milhões focado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Com um plano de investir em 25 startups, o fundo mira setores como saúde, logística, fintechs e varejo, demonstrando uma aposta clara em segmentos com alto potencial de crescimento e impacto social. 

Além disso, em um movimento inédito no Brasil, 13 empresas listadas na bolsa lançaram seus próprios fundos de venture capital, destinando R$3,04 bilhões para startups. Esse fenômeno reforça como as grandes corporações têm enxergado a inovação aberta e os investimentos estratégicos em startups como uma ferramenta essencial para manter sua competitividade e impulsionar a transformação digital. 

O desafio da captação e a importância de uma rede estratégica

Apesar desse avanço no ecossistema de venture capital, os desafios persistem, especialmente na disponibilidade de capital para startups em fases de crescimento. Um levantamento europeu aponta que 62% dos investidores privados focam em estágios iniciais, enquanto apenas 22% investem em rodadas mais avançadas, evidenciando uma lacuna crítica para scale-ups que precisam de capital para expandir globalmente. No Brasil, essa realidade também se reflete, e a busca por fontes alternativas de funding continua sendo um grande desafio para empreendedores. 

Diante desse cenário, grandes iniciativas vêm se consolidando como uma solução essencial para conectar startups a investidores estratégicos, oferecendo não apenas capital, mas uma rede de apoio estruturada. Esse modelo de investimento vai além do aporte financeiro: ele surge como uma preparação às startups para sua jornada de captação por meio de mentorias estratégicas, conexão com advisors experientes e um acompanhamento contínuo para garantir que cada empresa tenha e para escalar de forma sustentável. 

O futuro do venture capital no Brasil

Olhando para os próximos anos, é evidente que o mercado de venture capital brasileiro está se consolidando, tornando-se mais criterioso e focado em eficiência. Startups precisam estar preparadas para demonstrar crescimento previsível, retenção de clientes e sustentabilidade financeira desde os estágios iniciais.

Para empreendedores que buscam captar investimento, ter o à rede certa pode ser a diferença entre um crescimento acelerado e uma longa jornada de tentativas. E para investidores, entender as dinâmicas do mercado e saber identificar boas oportunidades é fundamental para garantir retornos expressivos.

Com isso, o papel de plataformas se torna cada vez mais relevante, conectando startups, investidores e advisors em um ecossistema que fomenta inovação, crescimento e impacto real. Se o venture capital no Brasil já avançou significativamente nos últimos anos, o futuro promete ainda mais oportunidades para quem souber se posicionar da forma certa.

*Amure Pinho é empreendedor há mais de 20 anos, já foi presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), é investidor-anjo em mais de 51 startups e fundador do Investidores.vc, plataforma de investimento em startups que já investiu mais de R$35 milhões nos últimos anos. 

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